A asfixia perinatal foi debatida em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes na tarde desta quinta-feira (21). A discussão foi proposta pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Minorias, que tem como presidente o vereador Leon Gomes (PDT) e como membros os vereadores Marquinho do Transporte (PDT) e Silvinho Martins (MDB).

Presidindo a mesa, Leon Gomes (PDT) destacou a importância de levar esse tema ao âmbito público. “Quanto tempo essa causa ficou perdida? Se o primeiro minuto de vida dura para sempre, quantas vidas foram perdidas?”, questionou o vereador. “Eu posso garantir a todos vocês que é o primeiro passo que nós estamos dando de muitos outros. Não vai ser fácil você mudar uma realidade de anos, mas é possível quando nós nos unimos”, concluiu.

Diretora médica da UTI neonatal Nicola Albano, Laura Afonso Dias informou que a asfixia perinatal acomete bebês no mundo inteiro atingindo por 1.5 milhão de crianças por ano e sendo responsável por um milhão de mortes. “Nos países como o nosso, ela tem a maior prevalência que chega a 96% das mortes”, disse. Ela ainda explicou que a paralisia cerebral tem prevalência alta de 1,5 crianças a 4 crianças em cada 1.000 nascidos vivos.

A asfixia perinatal tem como definição a falta de oxigenação suficiente para nutrir o cérebro perto do parto - pouco antes, no meio ou depois. É uma doença que acontece em recém-nascidos sem outras doenças prévias. “Só a falta de oxigênio faz uma enorme mortalidade e enorme morbidade, que é representada pelo dano neurológico grave”, disse a médica Laura Afonso. A intensivista afirmou que a asfixia perinatal é a principal causa de paralisia cerebral em crianças e é um problema de saúde pública mundial.

A necessidade de uma rede de apoio para o acolhimento das mães de crianças acometidas pela asfixia perinatal foi abordada pelo vereador Leon Gomes. A prevenção, a preparação das equipes de saúde e o atendimento também foram destacadas pelos participantes da audiência.

Participaram do evento a enfermeira Regina Célia, que é presidente da Apae; o chefe da UTI neonatal da Unimed, Claudemir; a subsecretária de Desenvolvimento Humano e Social, Mariana Barboza; diretor da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), Bruno Cordeiro; presidente da Fundação Municipal da Infância e Juventude, Fabiano de Paula; enfermeira responsável pelo Banco de Leite do Hospital Plantadores de Cana, Fabiana Passos; representantes da Apape, do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, da Associação Irmãos da Solidariedade e da Associação de Nanismo de Campos.

Também estiveram presentes os vereadores Pastor Marcos Elias (PSC) e Bruno Vianna (PSL).

*Por Lohaynne Gregório - Câmara Campos
Fotos: Check
22/10/2021