O patrimônio histórico municipal foi destaque em palestras promovidas pela Escola Legislativa de Campos na manhã desta sexta-feira (18), no plenário da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes. O evento faz parte da comemoração do Dia Nacional do Patrimônio Histórico, celebrado em 17 de agosto.

A primeira palestra, com tema “Chuvisco: História, Tradição e Patrimônio”, foi ministrada pelas doceiras Dayse Cruz e Nathália Cruz. Mãe e filha são proprietárias de uma tradicional doceria campista e falaram sobre a origem de doces típicos de Campos, com destaque para o famoso chuvisco.

Nathália Cruz explicou que, para entender a história do doce, é preciso, antes, conhecer a tradição conventual, que começou nos conventos em Portugal. Na época, a clara do ovo era muito utilizada para engomar roupas, produzir vinhos e outros. A gema era a sobra e passou a ser o ingrediente principal da doçaria produzida pelas freiras nos conventos.

Nesse cenário, a fé católica estava presente na produção, principalmente nomeando os doces. Já em Campos dos Goytacazes, a tradição doceira começou na época do engenhos de açúcar - principal matéria prima dessa culinária.

Já sobre o chuvisco, Nathália explicou que é um doce português, apesar de não haver certeza sobre sua cidade de origem. O tradicional doce a base de ovos foi tombado como patrimônio imaterial da cidade pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Municipal (Coppam), em 2011.

Em seguida, foi realizada a palestra “Patrimônio de todos!”, ministrada pela professora Maria Catharina Queiroz Prata. Ela começou explicando o conceito de patrimônio, que está relacionado com a identidade, a cultura ou o passado de uma coletividade. “Na verdade, o patrimônio é a riqueza comum que todos nós herdamos como cidadãos”, disse.

Para a pesquisadora, essa herança inclui bens materiais e imateriais. Os conceitos de memória e identidade também foram abordados, assim como a definição de cultura. “O patrimônio cultural da cidade, representado pelo conjunto de bens materiais e imateriais, é parte integrante da sua cultura”, observou, destacando a necessidade de preservação desse patrimônio.

A professora ainda abordou os bens imateriais, como o chuvisco e a Cavalhada de Santo Amaro. Já sobre os bens materiais, foram apresentados os prédios históricos que ainda existem no município. Ela concluiu apontando que a Arquitetura é Arte e que são necessárias políticas de preservação.

*Por Lohaynne Gregório - Câmara Campos