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A Escola Municipal de Gestão do Legislativo (Emugle) iniciou, na tarde desta quinta-feira (24), o ciclo de seminários que abordarão diversos assuntos. Com o tema “130 anos da Lei Áurea: abolição ou segregação?”, a primeira etapa do evento debateu, além da questão histórica, a segregação racial, acesso à saúde pública, vulnerabilidade e a situação das meninas e adolescentes negras no país . A segunda etapa deste seminário será realizada nesta sexta-feira, de 14h às 17h.

O professor do curso de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rodrigo Castro Rezende, iniciou as discussões apresentando aspectos históricos e fazendo análise das consequências da abolição da escravatura. “A segregação racial no Brasil que vem do período escravista, passando pela Lei Áurea. O Brasil é tido como um dos países do mundo ocidental com um dos maiores índices de pobreza, um país onde a maior parte da população é negra e, no entanto, essa parcela populacional se encontra desprovida de qualquer amparo social”, esclareceu.

A falta de acesso da população negra à saúde foi destacada pela professora doutora do curso de Psicologia da UFF, Luana Silveira. “Estou trazendo para reflexão a problematização no campo da saúde. Como a saúde, historicamente, excluiu as necessidades e demandas da população negra. Principalmente considerando a realidade brasileira, em que a população negra também é um recorte de classe, pois é também a população mais pobre, e como que isso dificulta o acesso aos serviços de saúde. E para além das necessidades específicas, tem a questão do racismo institucional”, afirmou.

A situação em que vivem muitas meninas e adolescentes negras foi comparada ao período anterior à abolição no Brasil, na palestra da professora do curso de Serviço Social da UFF, Isabel Lopes. “Destaco a realidade das meninas nas camadas mais pobres da sociedade que, em sua maioria, são negras, e que vivem uma situação de muita precariedade de diversas ordens. Pela linha de estudos que eu realizo, essa condição está relacionada com o processo da pós-abolição. A intenção é refletir um pouco sobre 130 anos após a abolição e em que condições determinados segmentos - com destaque às meninas, crianças e adolescentes - se encontram”, concluiu a pesquisadora.

A segunda etapa do seminário “130 anos da Lei Áurea: abolição ou segregação?”, nesta sexta, terá como palestrantes Gilberto Coutinho (Totinho) e Lucimara Muniz, ambos militantes e ativistas do Movimento Negro do município. O evento discutirá questões como: Há ou não motivos para a celebração do 13 de maio? A dívida social histórica com a população negra deve ser imputada somente à princesa Isabel e à monarquia? A situação dos negros no Brasil melhorou com a República?

Próximos seminários

O ciclo de seminários da Emugle continua no dia 7 de junho, com o tema “Acessibilidade e Mobilidade Urbana”, das 14h às 17h. No dia 14 de junho, será realizado o seminário “Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”, das 9h às 12h. Já no dia 28 de junho, a Emugle realiza o seminário “Cooperativismo e empreendimentos coletivos”, das 14h às 17h.

As pré-inscrições para os três seminários já estão abertas e podem ser realizadas através do formulário neste link. As vagas são limitadas e serão preenchidas obedecendo a ordem cronológica das solicitações. A Emugle está localizada na Rua Baronesa da lagoa Dourada, 160. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (22) 2725-8821.

*Por Lohaynne Gregório - Ascom Câmara Campos